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Portugal sem serviços mínimos

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13.05.2025

1 A democracia pressupõe a existência de estabilidade política, condição necessária para que qualquer governo, seja qual for a orientação política, possa implementar o seu programa e ser avaliado ao final de quatro anos, de modo a ser reconduzido ou substituído pela oposição. Não é um ano de governo que mostra a capacidade ou inépcia de um governo. Portugal precisa de estabilidade assim como de reformas duradoras e sustentáveis no tempo. Quanto a estas tão desnecessárias como evitáveis eleições há apenas uma certeza, a de que a instabilidade política no país vai aumentar. Esta ideia que as eleições antecipadas resolvem problemas, ou que o povo é sábio, não passam de ideias românticas, boas para deleite de alguns, mas completamente falsas. É interessante notar a contradição entre o que dizem os líderes dos partidos que poderiam assegurar essa estabilidade e a realidade. Pedro Nuno Santos diz que se ganhar, o seu governo será de diálogo e de estabilidade. Estabilidade como, com uma assembleia da república com uma maioria de direita que a qualquer momento poderá derrubar esse governo? Contudo, nada diz sobre o que fará se a AD ganhar as eleições, à exceção de que irá manter a comissão parlamentar de inquérito ao primeiro-ministro. Luís Montenegro também insiste muito em estabilidade, para permitir que continue a governar. Mas também nada diz sobre possíveis cenários, caso seja o PS a ganhar as eleições. Em resumo, nada sabemos sobre o que os maiores partidos farão caso não ganhem as eleições. E do Chega, dada a volatilidade tática do seu líder, nada podemos esperar sobre estabilidade. Não admira que o Presidente da República tenha colocado agora a fasquia abaixo dos mínimos. Só dará posse a........

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