menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

É preciso renovar a política

9 1
27.05.2025

As eleições são uma fotografia instantânea do sentimento do eleitorado. Muitos são os que olham para os resultados como uma escolha sólida dos eleitores esquecendo que até ao dia das eleições muitos eram os indecisos, ou seja, que muitos terão decidido no próprio dia. Há volatilidade do voto e ele poderia ter sido diferente. A AD ganhou sobretudo por várias razões. Uma maioria relativa de portugueses não queriam eleições, ou seja, a queda do governo. As falhas éticas do primeiro-ministro, que muitos reconhecem, não foram avaliadas de forma muito negativa pelo eleitorado. O PS de Pedro Nuno Santos foi titubeante, enredado em tacticismo e sem estratégia e orientação clara. Não permitiu a Montenegro governar, sabendo que não tinha alternativa credível para apresentar ao país.

Em grande medida os resultados confirmaram o que já aqui escrevemos. A AD ganharia as eleições sem maioria absoluta e as condições de governabilidade seriam praticamente as mesmas. Na realidade, com estes resultados a AD consegue aprovar qualquer proposta com a abstenção ou do PS ou do Chega, mas será derrotada se ambos votarem contra conjuntamente. As novidades essenciais destas eleições são quatro. A entrada do Chega como, provavelmente, o segundo maior grupo parlamentar. A AD com mais deputados do que todos os partidos de esquerda juntos. Os partidos de direita com uma maioria qualificada de deputados e o Livre como incontornável vencedor à esquerda. Pode concluir-se que as condições de governabilidade por parte da AD praticamente........

© Observador