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A Inteligência Artificial e a Política

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06.02.2025

Num dos vários anos passados no ensino superior enquanto aluno, fui agraciado com um professor de História da Cultura e das Mentalidades, um desses otimistas insatisfeitos, que adorava glosar sobre a estupidez artificial. Situava-se naquele otimismo antropológico que acusa constantemente a Civilização Ocidental de estar imersa em estupidez (aliás, identificava-se como português de Goa). Nas suas aulas, impreparadas, contava muitas estórias acerca das suas várias viagens e estadias trabalhando como professor, função que, pelos vistos, desempenhava com brio, executando tarefas de todo o tipo e feitio – não se calava acerca das suas experiências rocambolescas em Zanzibar. Nunca cheguei a saber qual era a sua formação universitária – nem sequer se a tinha. Criticava o cristianismo, o capitalismo, as doutrinas e as ideias políticas, a História, as infraestruturas, a arte e a cultura, e a tudo atirava a palavra de ordem – estupidez! E, uma vez que a inteligência artificial era uma tentativa, na sua génese, de copiar e reproduzir a natural humana, na sua opinião, tudo não passava de um círculo vicioso. Atuava, afinal, na linha de Gandhi, que quando foi questionado acerca do que pensava sobre a Civilização Ocidental, simplesmente respondeu – “Seria uma boa ideia”.

Hoje, em que as conquistas da IA são impressionantes e indesmentíveis,........

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