Irving Kristol, o pai do neoconservadorismo, questionou a dada altura se o Partido Republicano era um partido estúpido. A sua resposta era afirmativa. Poderíamos fazer a mesma indagação acerca dos nossos partidos de direita. Serão os partidos portugueses de direita, estúpidos? Terão sido os movimentos, protagonistas, militantes e simpatizantes de direita, ao longo da nossa História, estúpidos? A nossa modernidade política parece apoiar essa versão. Se as dezenas de bem-pensantes apoiavam D. Pedro, os milhões de estultos provincianos aclamavam D. Miguel; enquanto Afonso Costa agradava aos lisboetas jacobinos, Sidónio seria aclamado e amado pela populaça nacional; Salazar era o “salvador da pátria”, uma sentença proferida com sinceridade pela boca das muitas dezenas de milhar de humildes (pelo menos até ao fim da II Guerra Mundial), já Cunhal nunca saiu de um círculo restrito… Bastará dizer que olhando para Portugal a partir das invasões francesas, deteta-se uma quebra de confiança e uma mudança de postura e de rumo entre as elites e o povo. As vítimas das ações de terror perpetradas pelos populares não são apenas os invasores; são igualmente os afrancesados e estrangeirados – os colaboradores. De um lado, os analfabetos; do outro, os letrados (a intelligentsia).

Certa tradição da teoria e ciência política costuma sublinhar a falta de inteligência da direita (mais acentuada na extrema-direita, por consequência).........

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