Tetricosy: Um Sistema Obsoleto em Plena Crise de Emergência
Em pleno século XXI, quando a tecnologia se tornou um pilar essencial da eficiência e da resposta em tempo real, é alarmante verificar que o sistema Tetricosy, utilizado pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) em Portugal, permanece incrivelmente desatualizado e vulnerável a falhas humanas. Este sistema, que deveria ser a espinha dorsal do atendimento pré-hospitalar nacional, mais parece um relicário digital, onde cada segundo perdido pode custar uma vida.
O Tetricosy foi, em tempos, uma solução inovadora. Mas o tempo passou e a sua evolução ficou estagnada. Hoje, enfrenta sérias limitações técnicas: com uma interface ultrapassada e com uma lógica de utilização que exige dos profissionais uma atenção redobrada, não para salvarem vidas, mas para evitarem que o sistema falhe. Esta inversão de prioridades é, no mínimo, perigosa.
O maior problema, contudo, reside na permeabilidade ao erro. O Tetricosy depende fortemente da introdução manual de dados e de decisões baseadas em menus nem sempre intuitivos. Erros na triagem, encaminhamentos equivocados ou falhas de registo são mais comuns do que se poderia aceitar num serviço que lida com situações de vida ou morte. E, embora os profissionais façam o seu melhor, estão condicionados por um sistema que deveria ajudá-los, e não os limitar.
Não se trata apenas de uma questão de modernização. Trata-se de segurança, de qualidade na resposta, de dignidade para os utentes e de respeito pelos........
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