Cirurgias: prioridade certa, incentivos errados
Sem pré-aviso, nos últimos dias ficámos a saber, através de um trabalho da TVI/CNN, que ao contrário dos ditos populares, pode perfeitamente enriquecer-se a trabalhar. E, pasme-se, a trabalhar no Estado, onde se pode receber quase meio milhão de euros em dez sábados.
Mas para não embandeirarmos com excesso de optimismo, logo percebemos que isso só é possível por manifestas falhas no desenho ou no controlo do sistema de recuperação de cirurgias em atraso.
Antes de avançar, duas ressalvas importantes.
A primeira é que o facto de haver alguns casos de abuso — que podem ou não configurar ilícitos criminais, assunto que as autoridades devem apurar — não nos permite meter todos os profissionais no mesmo saco. Sem auditorias abrangentes que, eventualmente, possam demonstrar o contrário, estamos a falar de excepções e não da regra.
A segunda é que os erros de desenho e as falhas de controlo do SIGIC, o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, não devem ser a sua sentença de morte. O sistema........
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