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Até o país do vai-se andando um dia pode fartar-se

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21.05.2025

Um dos traços evidentes da vida pública na última década foi a degradação veloz e acentuada da organização e capacidade de concretização do Estado.

Tanto na decisão e execução de projectos de dimensão e de longo prazo – aeroporto, redes de metro e ferrovia, por exemplo -, como na gestão corrente dos serviços, é notória a generalizada falta de capacidade de resposta, a degradação da quantidade e qualidade dos serviços e a absoluta desresponsabilização pelo que devia acontecer e não acontece. Do acesso à saúde aos transportes públicos, de serviços de balcão aberto da Segurança Social às Lojas do Cidadão, da famigerada AIMA aos tribunais, a percepção é que tudo hoje funciona pior, de forma mais lenta e com menos respeito pelos direitos e dignidade daqueles que é suposto servirem: os cidadãos.

Esta degradação generalizada dos serviços públicos desenvolve-se num período em que não há restrições financeiras especiais, em que os governantes enchem a boca com os reforços orçamentais nesta e naquela área, em que o Estado alcançou – e bem – uma situação de equilíbrio nas contas e em que a carga fiscal e as estatísticas de funcionários públicos ao serviço batem recordes sucessivos. Portanto, o Estado cobra-nos cada vez mais dinheiro em impostos, taxas e taxinhas, gasta cada vez mais dinheiro no seu funcionamento, mas entrega-nos cada vez menos.

Claro que o........

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