A Universidade de Lisboa existe? É isto uma Univer
A 31 de março e 1 de abril são as eleições para o Senado e para o Conselho Geral da Universidade de Lisboa, sendo que este último é, estatutariamente, o principal órgão estratégico da universidade, o que elege e que deve escrutinar a actuação do Reitor. Interessa isto à sociedade Portuguesa? Bom, a ULisboa é a maior universidade do país, tem 18 escolas (sejam faculdades ou institutos), cerca de 100 unidades de investigação, mais ou menos 52 mil estudantes, 4 mil professores e investigadores e 2,5 mil funcionários não docentes. A ULisboa gere várias instituições como o Museu Nacional de História Natural e da Ciência, o Observatório Astronómico de Lisboa, o Jardim Botânico de Lisboa, o Jardim Botânico Tropical, o Estádio Universitário de Lisboa com instalações na Cidade Universitária e no Campus da Ajuda, inúmeras residências, etc. Apesar disso, talvez isto não tenha interesse nenhum para a comunicação social e para a sociedade portuguesa! Afinal o que é que interessa como pensam as listas candidatas ao mais importante órgão estratégico da ULisboa? O que é que interessa como é que é e deve ser gerida a maior universidade do país? O que é que interessa como se vê a investigação na ULisboa e qual a relação com as políticas públicas? O que interessa como as novas gerações vão aprender e qual o ambiente em que os novos profissionais se vão formar? O que é que interessa como é que a maior universidade do país vai enfrentar talvez o maior desafio de sempre: a IA e todas as suas ferramentas? O que é que interessa como é que as escolhas e decisões sobre os modos de trabalho (presencial/hibrido/remoto) de cerca de 60.000 pessoas na cidade de Lisboa pode impactar a própria sustentabilidade da cidade, os preços do alojamento e a relação entre Lisboa e a área metropolitana? O que é que interessa se o Instituto Superior Técnico, frequentemente reconhecido como uma das maiores e mais prestigiadas escolas da universidade, e a maior escola em Portugal nas áreas de engenharia, arquitetura, ciência e tecnologia, se vier a separar da ULisboa nos próximos anos optando pela gestão fundacional? De facto, nada disto interessa a Lisboa e ao país pelo que é natural que as eleições na ULisboa não sejam notícia!
A bolha mediática não tem revelado qualquer interesse pela eleição do Senado e do Conselho Geral da ULisboa. Talvez porque a comunicação social sabe que em Portugal os órgãos colegiais não interessam nada nas instituições e só quando o próximo (que pode vir a ser o mesmo) reitor for eleito é que venha (talvez!) a ser notícia. De facto, este entendimento não está errado pois no debate para o Conselho Geral (a 24 deste mês), os representantes das duas listas (uma em completa conformidade social, o........
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