Para que é que isto serve?
Nem todos podem dar-se ao luxo da experimentação ideológica. Para quem não encontra solução senão em trabalhar num ambiente laboral hostil. Para quem tem que ir a correr, entre pausas, até ao hospital para visitar um familiar doente. Para quem tem de arranjar uma maneira cordata de gerir a “guarda partilhada”. Ou para quem, por exemplo, vive, sem outro remédio, na casa dos pais e tem que conciliar diferentes gerações sem conflitos, tudo isto não passa de uma piada, de uma espécie de jogo endogâmico, de voyeurismo. Na vida de todos os dias, muitos aprendem a calar para não perder o emprego, aprendem a ceder para sobreviver, a tentar reconciliações para que as suas vidas não se transformem num inferno insustentável, a conciliar urgências, necessidades, ambições, sobrevivência e sonhos. Em política parece que estas regras não se aplicam. A crispação é incentivada, a clivagem é premiada, e a........
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