O Cónego Jeremias e o Orgulho
O Cónego Jeremias, tendo em conta que Lisboa vai ser palco de certas manifestações de gosto duvidoso, decidiu antecipar a sua ida para as termas. Encontrei-o, portanto, já de malas aviadas.
– Então, Senhor Cónego, de partida?
– Sim, porque não gosto nada de confusão. Também não gostei das comemorações do Dia de Portugal. Já não tenho paciência para ouvir esses discursos pós-modernos. Parece que, para agradar a uma série de descontentes e decadentes, fazem gala em denegrir a nossa História.
– Deve ser para evitar os excessos do nacionalismo …
– Então, quando festejarem os seus aniversários, essas pessoas deveriam também brindar às suas frustrações, preconceitos, complexos e traumas!
– Mas, não é verdade que o orgulho é um pecado e que os discursos nacionalistas podem levar a excessos racistas e xenófobos?
– Pois, isso de que o orgulho é pecado, pelos vistos, depende …
– Como assim, Senhor Cónego?! Não foi o pecado de Lúcifer quando se opôs a Deus e, por isso, foi expulso do Céu, bem como os seus anjos?!
– Sem dúvida. Por isso, essas marchas do orgulho são, por esta razão, não apenas anticristãs como diabólicas. Enquanto o louvável orgulho pelas glórias da nossa História é anatemizado pelos politicamente correctos, o orgulho associado a estilos de vida alternativos não só é promovido como principescamente........© Observador
