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O Cónego Jeremias e a Justiça portuguesa

9 10
20.07.2025

Regressado das termas e antes ainda de dar início às suas férias, encontrei o Cónego Jeremias muito interessado na actualidade nacional.

– O Senhor Cónego teve notícias sobre os mais recentes julgamentos mediáticos?

Que remédio, pois a comunicação social não fala de outra coisa, embora tanta publicidade não convenha à administração da justiça, que deve ser exercida num ambiente de serenidade e ponderação. Este “circo” montado à volta da operação Marquês e do julgamento da comediante da Rádio Renascença não favorece uma decisão isenta,pois cria um clima emocional que pode interferir na decisão final. Também não me parece correcto que os réus se sirvam da comunicação social para se pronunciarem sobre os seus casos, que devem ser julgados no tribunal e não na praça pública.

– De todos os modos, estará de acordo em que o julgamento da operação Marquês já tardava …

Sem dúvida! Foi há uma década que o principal arguido esteve nove meses detido, em Évora, pelas razões que o levaram agora a ser julgado. Ora, se há dez anos já havia suspeitas que justificassem essa medida extrema de coacção, especialmente gravosa tratando-se de um antigo primeiro-ministro e ex-líder de um dos maiores partidos portugueses, é porque esses indícios eram graves e evidentes e, por isso, não se explica que o julgamento tenha demorado tanto. Das duas uma: ou era inocente e, então, a sua detenção foi injusta, ou então é culpado, e deve ser julgado pelas razões que obrigaram à sua reclusão.

– Parece que o próprio fez tudo o que pôde para evitar o julgamento,........

© Observador