menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

O teatrinho da estabilidade

9 2
26.03.2025

É chegada a hora. Há um ano, depois de uma vitória tão curtinha como a ambição de quem a conquistou, ficara anunciada no horizonte a tentativa de recriar o momento 1987. Desde então, estamos em campanha eleitoral– distribuindo esmolas, anunciando a paz e o progresso, satisfazendo corporações, procurando a estabilidade. O objectivo de Luís Montenegro parece ter sido sempre esse, o de repetir o momentum do cavaquismo. O do Governo terá sido outro, suponho, por entre uma mão cheia de ministros de cuja boa vontade não me parece justo desconfiar, mas a vontade do Primeiro-ministro dificilmente terá sido outra coisa que não a de reforçar a sua maioria, eventualmente cobiçar uma maioria absoluta, como um fim em si mesmo. O que esperar, afinal, de uma geração de políticos cujo grande feito e especialidade é ganhar eleições internas e semear bagos de poder que servem apenas o poder em si mesmo?

As sondagens destacam os indecisos, aquele extenso rol de cidadãos que acumula anos a assistir a um espectáculo com a mesma resignação com que se suporta as chuvas de Março ou........

© Observador