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A campanha do medo

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07.05.2025

Começou oficialmente a campanha eleitoral. Outra vez. No próximo dia 18 de Maio somos novamente chamados a votar, depois de longas semanas de debates, anúncios, intrigas, suspeições, desculpas esfarrapadas e, sobretudo, nenhum assunto tratado com coragem, inteligência e elevação. Vamos votar e o acto eleitoral começa a assemelhar-se a um aniversário. Ou um velório, talvez, já que as campanhas se vão sucedendo de forma que começam a despertar mais a curiosidade de quem lê obituários do que o interesse de quem procura um desígnio. As campanhas eleitorais tornaram-se uma espécie de género literário, entre a comédia de enganos e o drama institucional. Há de tudo: enredo, narrativas, personagens, uns acusados de vilanagem, todos buscando o heroísmo. Só não há emoção, nem razão, nem nada.

Os factos sucedem-se, mesmo que nos jornais, nas televisões e nas rádios andemos todos a fingir que eles não são visíveis: os debates, os programas, as frases, os actores, de uma ponta à outra, são de um vazio atroz – e de uma infantilidade atrás. André Ventura, desperdiçado um ano em que se podia ter afirmado como voz firme e alternativa, ou mesmo parceira........

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