Há doutoramentos em economia que produzem bons economistas. Depois há os de Mariana Mortágua, que parecem ter como principal saída profissional os palanques, os megafones e as salas de plenário onde se grita mais do que se pensa. A deputada e líder do Bloco de Esquerda é hoje o rosto de uma cruzada ideológica contra o mercado de arrendamento, onde a palavra “renda” é tratada com o mesmo asco com que alguns fanáticos religiosos tratam a palavra “prazer”.

Em Portugal, aproximadamente 77% da população é proprietária da casa onde vive, de acordo com o Eurostat. Isto significa, por sua vez, que o mercado de arrendamento é pequeno e pouco relevante. Isto acontece pelas décadas de estimulo à compra de casa que Portugal deu, quer pela cultura nacional, quer por ser uma maneira de alimentar o negócio bancário que de outro modo pouca relevância teria nesta pobre economia.

Ainda assim, em vez de proteger e incentivar o mercado de arrendamento como forma de mobilidade social e emancipação dos jovens, Mariana Mortágua quer enfiar-lhe um colete de forças: controlo de rendas, mais impostos para senhorios, menos segurança jurídica e mais Estado para todos. Um cocktail explosivo que já provou ser venenoso em todos os países onde foi servido.

Há algo de quase enternecedor na insistência com que........

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