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Destruição Educacional e a Fuga de Talentos

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28.02.2025

A história de Portugal é marcada por momentos que determinaram o nosso atraso estrutural e educacional. Um dos episódios mais significativos foi a expulsão da Ordem de Jesus, em 1759, pelo Marquês de Pombal. A decisão, política, que visava enfraquecer o poder da Igreja Católica e centralizar o controlo do Estado, teve como consequência a destruição de todo um sistema educacional.

No século XVIII, a Ordem de Jesus desempenhava um papel crucial na educação portuguesa. Responsáveis pela formação das elites e do clero, os jesuítas geriam um sistema de ensino reconhecido pela sua qualidade em várias disciplinas, desde as ciências às humanidades. A sua expulsão, deixou um vazio educacional que o Estado português foi incapaz de preencher adequadamente.

Durante séculos, Portugal equiparou-se educacionalmente com os seus vizinhos, situação que sofreu alterações entre 1750 e 1850, altura em tudo mudou. Portugal passou a apresentar os níveis mais baixos de alfabetização da Europa Ocidental, com taxas de literacia que rondavam os 15% em 1800, em contraste com os 50% em Inglaterra.

Com as escolas jesuítas desmanteladas, Portugal tornou-se um dos países mais iletrados da Europa Ocidental no final do século XVIII.

Esse desfasamento educacional contribuiu para um atraso estrutural em várias dimensões pois, sem um sistema educativo robusto, o país ficou incapaz de formar quadros técnicos e intelectuais necessários para acompanhar a Revolução Industrial, um marco que transformou economias e sociedades europeias como a britânica e a francesa.

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