O dever comprido
A expressão ‘satisfação do dever cumprido’ promete uma narrativa por extenso dos principais momentos do passado de quem a usa. Concluída uma série de tarefas a que não se pode (sem risco de injustiça) senão chamar hercúleas, o protagonista pára por um bocadinho, senta-se a beber qualquer coisa, e aclara a garganta para começar a fazer o que faz com mais gosto, isto é, para começar a falar de si próprio aos que passam e o ouvem; e quem essa pessoa é é para si a soma de tudo aquilo que fez na vida.
À medida em que desfia o ror longo e variado das suas actividades percebem-se os talentos, a vontade e a educação de quem fez sempre aquilo que tinha a fazer: escreveu livros, plantou........
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