Luís Marques Mendes tem razões para sorrir. No espaço de pouco mais de uma semana, ganhou uma sondagem bem mais simpática do que as anteriores e arrisca-se a ter a ajuda de dois aliados improváveis. Um à direita, o major Isidro Morais Pereira, e outro à esquerda, o inevitável Augusto Santos Silva. Nada mau para quem partiu para as eleições com hipóteses improváveis de as vencer.

Começando pelo segundo que, ao que parece, vai mesmo cometer uma candidatura presidencial que só pode ser justificada pela existência de uma dose olímpica de autoconvencimento. Santos Silva, que foi despachado da Assembleia da República depois de um resultado humilhante, julga-se capaz de disputar seriamente uma eleição em nome próprio. Está no seu direito, naturalmente. Na vida, todos somos Narcisos de quando em quando, ainda que, felizmente, não passe pela cabeça de muita gente ser candidato à Presidência da República.

Não deixará de ser uma oportunidade única de ver o que vale de facto eleitoralmente um homem que passou três décadas com lugar cativo entre as primeiras linhas socialistas, numa carreira cujo pináculo foi ter sido, com grande orgulho, o “cão de guarda”........

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