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E se Pedro Adão e Silva concorrer a Lisboa?

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08.01.2025

Pedro Adão e Silva sofre de uma condição que faz dele um protótipo quase perfeito da elite pensante que vai circulando nos corredores do PS e do PSD: não há um português comum que o conheça, nunca foi a votos, nem dentro nem fora do partido, nunca mediu verdadeiramente a popularidade das suas ideias, nunca concretizou os muitos projetos que seguramente tinha e tem para o país, mas continua a ser uma espécie de eterna promessa da política portuguesa, mimado pela bolha, acarinhado pelos pares, escutado pelos decisores, (per)seguido pelos detratores, dono e senhor de uma pegada mediática inversamente proporcional às suas proezas políticas.

O percurso político-mediático de Adão e Silva escreve-se, linhas gerais, da seguinte forma: formado pelo e docente no ISCTE, uma espécie de think tank informal do PS, delfim de Paulo Pedroso, promovido por Eduardo Ferro Rodrigues a dirigente nacional do PS, autor da moção estratégica de José Sócrates (2009), blogger quando ser blogger era uma cena, autor publicado e comentador multifacetado (política, internacional, desporto, cultura) em quase todos os projetos jornalísticos que existem ou existiram em Portugal (Diário Económico, Rádio Clube Português, Record, Sport TV, TSF, Expresso, RTP e agora Público).

À exceção da tal moção estratégica que desenhou para Sócrates, afastou-se da política ativa e do partido no fim do consulado de Ferro Rodrigues. Só trocaria o fato de comentador pelo de comentado a convite de António Costa e logo para liderar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com direito a generoso salário e a muita contestação política. Deixaria o lugar vago, não por se sentir acossado pelas críticas, mas para ser ministro da Cultura de Costa, de quem foi durante muito tempo conselheiro informal.

A experiência prometia. Assim que chegou ao governo, Costa quis dar todos os sinais de que poderia estar ali a next big........

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