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A decisão de Carneiro

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18.06.2025

António José Seguro não é, ao dia de hoje pelo menos, o candidato mais empolgante com que se poderia sonhar. Não parece ser sequer o mais mobilizador ou aquele que preenche melhor o espaço natural do Partido Socialista. Mas tem uma grande virtude: é um candidato que existe, que é de carne e osso, que demonstrou coragem para avançar mesmo sendo trucidado por uma parte importante do partido, que não esperou pelos ventos certos ou que o viessem buscar pela mão, como se estivesse a fazer um grande favor a alguém. E, olhando para o estado atual do PS, dizer isto não é dizer pouco.

Na apresentação da candidatura, mostrou que tem um plano. Já não é mau. Descontando a repetição da ideia de que vem de fora da “política tradicional” — ainda que esteja na moda ser suprapartidário, esta narrativa não resiste à mais pequena prova dos factos; Seguro é um político de carreira e foi quase tudo o que se pode ser num partido e a partir de um partido —, lá foi tocando nas teclas certas.

Quer ser o candidato da ética e da transparência (o ar dos tempos assim o exige), dispensa o “ruído mediático” (Marcelo Rebelo de Sousa), não quer ser cavalo de Tróia de nenhum partido (Luís Marques Mendes), tem experiência política que baste (Henrique Gouveia e Melo), não divide o país entre portugueses de primeira e de segunda (André Ventura), afirma-se como........

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