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“Estou sempre a soprar bolas de sabão”

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25.06.2025

“Os senhores [Chega] lembram-me bolas de sabão. Vê-se, são atrativas, toca-se, rebenta-se e não há nada”
António Leitão Amaro, ministro da Presidência, 17 de junho de 2025

Se há coisa que ficou evidente nos dois dias de debate sobre o Programa de Governo é que Luís Montenegro está empenhado em rebentar a grande bolha de ressentimento que faz de André Ventura a maior ameaça à Aliança Democrática. Se isso significa que o Governo vai empenhar todos os meios ao seu alcance para resolver os verdadeiros problemas do país, não é nada mau. Se, em alternativa, isso quer dizer que o Governo vai ser uma espécie de Chega versão mais polida, é pouco provável que as coisas venham a correr bem: entre a cópia e o original, já se sabe o que é que o consumidor prefere.

Vem isto a propósito da imigração e do embate entre Leitão Amaro e a bancada do Chega. Qualquer pessoa com algum bom senso perceberá que país algum no mundo consegue acomodar, sem sobressaltos, sem tensões, sem problemas sociais, mais um milhão de imigrantes em apenas sete anos, passando de 4 para 15% da totalidade da população. E também não é preciso ser um brilhante analista político para perceber que essa transformação social serviu de combustível para o crescimento do Chega — basta ler e ouvir o que dizem muitos dos eleitores de André Ventura e olhar para os mapas eleitorais das últimas eleições legislativas.

Quer dizer, há gente que nega estas duas evidências. Há quem sobre a imigração se limite a falar sobre contribuições para a Segurança Social, como se as pessoas que nos procuram fossem cifrões e que........

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