Trump (e Jack Nicholson) dão votos ao almirante
Esta semana, até os mais sonolentos perceberam que o mundo se transformou num lugar perigoso para os europeus. Por culpa própria: durante demasiado tempo, confiámos que os Estados Unidos iriam pagar a nossa segurança para sempre. Enquanto os norte-americanos gastavam quantias estratosféricas em mísseis, em tanques e em caças, os europeus tinham o luxo de usar o seu dinheiro de forma, digamos, mais agradável. No início da invasão russa, Zelensky respondeu de forma célebre a uma oferta de asilo por parte de Joe Biden: “Preciso de munições, não de uma boleia”. Os europeus habituaram-se a utilizar uma formulação diferente sempre que falavam com os americanos: “Preciso de munições e também de uma boleia”. De facto, temos vivido assim: à boleia dos Estados Unidos.
Agora, com Donald Trump, isso acabou. Mas há quem ainda nos queira convencer de que tudo permanece na mesma. Especialmente os candidatos presidenciais que pretendem caricaturar Gouveia e Melo como uma espécie de Dr. Strangelove. O almirante, que tem a obrigação profissional de perceber o que se passa à sua volta, argumentou que é inevitável........
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