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Os dois dilemas de André Ventura

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08.06.2025

Olhando de fora, a vida de André Ventura parece fácil. Agora que chegou a líder da oposição, só precisa de esperar que o regime se extinga com uma explosão ou com um suspiro para depois tomar conta do poder. Tudo se resumiria, portanto, a um exercício de paciência, com o líder do Chega a seguir o conselho que certa vez o primeiro-ministro socialista António Guterres deu ao então líder da oposição Marcelo Rebelo de Sousa: “Se queres ser primeiro-ministro, basta fazeres-te de morto”.

Mas, para André Ventura, as coisas não são assim tão simples. As regras da alternância funcionam para o PSD e para o PS, mas não ainda para o Chega. Todos os partidos de direita radical europeus tiveram de resolver dois dilemas na sua estratégia de poder — e o Chega precisa de fazer o mesmo. Primeiro dilema: deve tentar chegar ao governo sozinho ou aliado com o partido da direita clássica? Segundo dilema: deve procurar chegar ao poder através da moderação ou da radicalização?

Não há uma única resposta certa. Alias, na verdade, todas as respostas podem estar certas — ou erradas, consoante as circunstâncias políticas ou a localidade geográfica em que se apliquem.

Em Espanha, o Vox........

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