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O meu Papa Francisco é melhor do que o teu

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27.04.2025

Nós já sabíamos que a Igreja Católica lida com os mistérios da omnipresença, da omnisciência e da omnipotência — mas agora aprendemos que alguns pretendem que ela também consiga ser capaz de realizar o milagre da omnimilitância. É que, esta semana, percebemos que, depois da morte, o Papa Francisco tornou-se, simultaneamente, militante do Bloco de Esquerda, do PS, do PCP, do PAN do Livre e do Chega.

A líder do BE gravou um vídeo, com fundo negro, em que lembrava, pesarosa, todas as “causas” em que o Papa Francisco, modestamente, concordava com Mariana Mortágua: “Nos últimos dias de vida, exigiu o cessar-fogo em Gaza e opôs-se à corrida ao armamento. Condenou o ódio contra imigrantes e a ‘economia que mata’”. No fim, revelava, só faltando benzer-se, ainda que metaforicamente: “Crentes ou não crentes, a todos Francisco deu esperança. A mim, certamente deu”. Ouvindo isto, uma pessoa dá por si, de facto, a imaginar o Papa num acampamento do Bloco. Só se fica com pena que Mariana Mortágua se tenha esquecido de referir naquele curto vídeo a posição de Francisco sobre a ideologia de género. Em 2024, o Papa afirmou que se trata da “mais feia ideologia do nosso tempo” porque pretende apagar todas as diferenças entre o homem e a mulher e, ao fazer isso, “apaga a humanidade”. Para Francisco, as cirurgias de mudança de sexo são “uma grave violação da dignidade humana” porque “rejeitam os planos de Deus para a vida”. Mais: o Papa insurgiu-se contra a “colonização ideológica” feita por........

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