Não, as pessoas não preferem o original à cópia
Sempre que Luís Montenegro tem o atrevimento de olhar para os portugueses que votaram no Chega — e que, convém notar, não são párias, são eleitores — ouve-se um coro a repetir o mesmo aviso desencorajador: “As pessoas preferem o original à cópia”. Quem diz isto não sabe que, na verdade, está a fazer uma citação porque a primeira vez que esta frase foi usada saiu da cabeça e da boca de Jean-Marie Le Pen. Foi em 2007, quando Nicolas Sarkozy, líder dos gaullistas de centro-direita, fez um raide junto do eleitorado da extrema-direita.
A história começou cinco anos antes. Em 2002, a primeira volta das eleições presidenciais francesas parecia um hipermercado em dia de promoções. Com uma multiplicação interminável de candidatos, destacavam-se os dois favoritos de sempre: o líder do partido de centro-direita, Jacques Chirac, e o líder do Partido Socialista, Lionel Jospin. Toda a gente tinha a certeza de que seriam eles, sem dúvidas nenhumas, os dois finalistas na segunda volta. Quatro dias antes das eleições, um jornalista........© Observador
