A nova fé das máquinas
Costumamos pensar na inteligência artificial como uma ferramenta, algo que nos permite trabalhar mais depressa, pensar mais alto ou resolver problemas de forma mais eficiente. E, em muitos aspetos, é exatamente isso. Mas à medida que a IA se infiltra nos ritmos da vida quotidiana, algo mais profundo começa a acontecer. Já não se trata apenas de produtividade ou progresso. A inteligência artificial está a tocar em partes de nós que raramente associamos a máquinas: as emoções, os relacionamentos, o sentido da vida.
A trágica história de Sewell Setzer é um alerta brutal neste caminho. Era um adolescente emocionalmente frágil que encontrou conforto em conversas com uma IA. O que parecia, ao início, uma distração inofensiva, transformou-se numa ligação intensa. Ele acreditava estar apaixonado. Quando essa ilusão se desfez, a dor foi tão insuportável que decidiu pôr termo........
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