Seguro inseguro
Um grande filósofo do século XVII disse que do futuro não sabemos nada porque ainda não é, mas que normalmente não hesitamos fazer do passado um futuro. Em política, como na vida, não podemos alterar o nosso passado. A tentativa de o fazer, com mentiras e propaganda, é infelizmente uma prática constante dos governos totalitários. Além disso, não são poucos os governantes democráticos a subverter o espaço público para nos mentir impunemente sobre o passado, de Pedro Sánchez a Donald Trump, passando por António Costa. Mas para quem ainda acredita numa política com o mínimo de escrúpulo pela verdade dos factos – pelo menos, por essa – este exercício merece os anátemas próprios de uma sociedade livre.
É compreensível, porque a política não é feita de anjos para anjos, que os seus profissionais procurem limar e recompor este ou aquele detalhe mais inconveniente do passado. É preciso recordar que tudo depende da dimensão do detalhe e da inconveniência. Mas é de bom tom, porque dá ar de profissionalismo, admitir-se que os imperativos das estratégias eleitorais ditem muitas vezes compromissos duvidosos. O que já desafia a paciência da razão é quando tudo isto colide de frente com os objectivos políticos principais. É o caso da candidatura de António José Seguro.
Quando Seguro se candidatou à Presidência da República não custou muito perceber que se tratava de uma candidatura contra o passado recente que as circunstâncias actuais permitiam. Em 2014, Seguro foi ignobilmente escorraçado por António Costa e pelos (então) fiéis de José Sócrates. Costa apresentava-se como um campeão eleitoral........





















Toi Staff
Sabine Sterk
Penny S. Tee
Gideon Levy
Waka Ikeda
Grant Arthur Gochin
Daniel Orenstein