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Quem matou Charlie Kirk?

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15.09.2025

O horror das imagens da morte de Charles Kirk foi diluído pela experiência de cada um de nós ter visto vezes sem conta a mesma cena em filmes ou em jogos de vídeo. Para impressionar a consciência ocidental das democracias tardo-modernas, hoje tudo carece de uma ilustração inevitavelmente política que converta o horror objectivo numa imagem insuportável ou, pelo contrário, na consumação da justiça. Com efeito, as imagens daquele espaço aberto na Universidade do Utah, que acolhia uma das dezenas de acções de desafio para debate praticadas por Kirk e com uma arte difícil de igualar, têm sido decisivamente ilustradas conforme a seita política a que o ilustrador pertence. Diga-se, nem sempre com sensatez, muitas vezes com inegável interpretação ideológica ao arrepio dos factos e dos sentimentos comuns da humanidade.

Deixemos de parte os detalhes sobre o assassino de Kirk enquanto não tivermos reunido toda a informação. O que a diversidade na ilustração política e ideológica feita pelos meios de comunicação social, e nas redes sociais, permite perceber é que foi mais de que um assassinato num país onde os tiroteios são tristemente comuns. Num país com uma história agitada de atentados políticos, incluindo ao seu representante máximo, o Presidente da União. Desde a sua fundação, passando pelo assassinato de Lincoln até à recente tentativa contra Trump ainda durante a última a campanha eleitoral, a política americana tem produzido um extenso desfile de actos violentos. Mas a violência política reflecte em grande medida a violência na sociedade. Todos os anos morre na América um número vergonhoso de vítimas de armas brancas ou de fogo.

Ainda uns dias antes do assassinato de Kirk a América ficara em choque com a morte de Iryna Zarutska, uma refugiada ucraniana de 23 anos, em Charlotte, com uma intenção evidentemente racial. Os meios de comunicação social tentaram, primeiro, silenciar a divulgação do crime, apesar de ter sido registado pelas câmaras de segurança do comboio onde tudo teve lugar;........

© Observador