Eu é que sou o Dom João II
Quando este texto for publicado estaremos em plena época natalícia. Os jornais e as televisões poderiam estar nestes dias a transmitir as luzes que iluminam as noites das cidades, o frenesim nas áreas comerciais ou as mensagens de solidariedade e compreensão que se vão ouvindo um pouco por todo o mundo. Não estão. Chega ao fim o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, que termina uma década cheia de luzes e de sombras, e que se arrasta tristemente e sem grandeza. Até que o distanciamento nos dê outra visão do que foi o nosso passado político recente, temos de nos virar decisivamente para o futuro.
Chegou a corrida à presidência da república. Um grupo de “protocandidatos” acotovela-se para chegar à primeira fila das fotografias da praxe, de preferência nas primeiras páginas e em grande formato. Sucedem-se as avaliações dos fazedores de opinião, às vezes de forma independente, outras de modo mais condicionado. Fala-se todos os dias dos candidatos, das suas virtudes e defeitos. Deixem-me falar dos que o não são.
O espírito da época leva-me a começar por evocar o mais conhecido dos não candidatos, alguém que se não põe em “bicos de pés” para chegar aos........
© Observador
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