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Legitimidade e risco no novo ciclo político

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22.05.2025

Hoje é um dia feliz para quem, há décadas, vota no PSD — e também, não raras vezes, no CDS-PP. Pela primeira vez desde o consulado de Cavaco Silva, o partido dispõe de condições reais para governar com estabilidade. Ficam fora da equação, naturalmente, os tempos de austeridade de Ferreira Leite — que enfrentou um défice herdado — e o governo de Pedro Passos Coelho, limitado por uma conjuntura internacional extraordinária.

Por isso, Luís Montenegro — um cavaquista do século XXI — tem razões legítimas para estar satisfeito. Tendo chegado discretamente à liderança do PSD, foi no último ano que consolidou um perfil político governativo robusto, o que permitiu à AD aumentar significativamente a sua votação e distanciar-se do segundo lugar, fosse ele o PS ou o Chega. Esse reforço traduziu-se num ganho de nove deputados, número que poderá ainda subir para onze após o apuramento dos círculos da emigração.

Lembro que, há apenas dois anos e meio, em dezembro de 2022, a revista Sábado fazia capa com António Costa, de perna cruzada, a sugerir que nos habituássemos à sua presença até 2026. Duas eleições depois, o PS perdeu quase metade do seu eleitorado (de 2.300.000 para 1.300.000 votos) e mais de metade dos seus deputados (de 120 para 58). Como bem disse Nuno Melo, é uma lição importante — mas também um alerta preocupante para o regime: o partido que mais vezes governou desde........

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