Quando no dia do pai, não há pai?
Tenho lido muita sobre o Dia do Pai, mas neste dia penso em todos os que, como eu, cresceram sem pai. E crescer sem um pai é navegar em mar alto numa casca de noz; é sentir falta de uma mão firme que nos guie na vida, de um olhar cúmplice nas nossas conquistas, de um abraço que nos acalme a alma. O vazio torna-se o companheiro fiel e o silêncio grita nos momentos de alegria e nas noites de solidão.
A falta de um pai invade o emocional e deixa marcas profundas. A ausência de uma figura masculina, de um espelho onde se reflitam as qualidades que se deseja cultivar, é uma ferida que sangra em silêncio. É a saudade de conversas sobre o futuro, de conselhos sobre os desafios da vida, de um simples “estou orgulhoso de ti!”. As dúvidas permanecem, os “e se” não desaparecem, a saudade não passa e a ideia de nunca mais chamar por ele é dificil de aceitar. Mas o amor, esse fica.
Porém a ausência de um pai não define quem........
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