menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Não

7 1
05.06.2025

No dia 18 de Julho de 2022 Marcelo Rebelo Sousa quis juntar-se a um pequeno grupo de amigos que numa casa fora de portas festejava o aniversário de uma das suas amigas ali presentes. Muito próxima daquele “visitante-surpresa” ela foi de resto a primeira a espantar-se com a súbita aparição no jardim de um surpreendente pai natal estival ajoujado em prendas e espantando todos.

Mas aquilo que seria um jantar festivo entre alguns amigos “de sempre” transformou-se subitamente, no pós-café, num facto político:

“O almirante Gouveia e Melo vai candidatar-se à Presidência da República”.

O quê? Mas que ideia?! A que propósito? Com três anos de antecedência, que “certeza” tão despropositada… Olhares atónitos, adjectivos que valsavam entre a total incredibilidade e o maior dos absurdos, risos. Ninguém acreditou: onde fora Marcelo buscar “aquilo”?

Mas Marcelo não riu. Não fora buscar a lado nenhum: não precisara, observara. E durante uma longa dose de tempo, a conversa noctívaga transformou-se num monólogo onde constava uma quantidade considerável de detalhes, informação, observação, exemplos, apontamentos. Numa soma de sinais que ele vinha a coleccionar criteriosamente e queria agora deixar ali sob a forma de uma candidatura presidencial.

Lembro-me bem que mesmo soterrado pelo brilho do raciocínio e a eloquência da análise, o eco da plateia foi porém modesto e a fé nenhuma.

O que as coisas são.

1 Tinham passado três anos, finalizava........

© Observador