Educar na era digital sem deixar ninguém para trás
De um lado do ecrã, um aluno debate ideias com colegas da Ásia. Do outro, uma criança olha para um computador desligado numa casa sem rede. A sala de aula do século XXI é, cada vez mais, um espelho das desigualdades sociais. De um lado, temos alunos conectados ao mundo, partilhando ideias, projectos e recursos com colegas de outros continentes. Do outro, temos crianças sem acesso à internet, sem dispositivos, silenciadas pela exclusão digital. Entre a promessa de um futuro inovador e o risco de uma nova fronteira de desigualdade, a educação digital interroga-nos: estaremos nós a construir uma escola mais justa ou apenas a pintar de moderno o velho cenário de exclusão?
Bento XVI, muito assertivo e contundente quanto ao papel da educação, referiu, em 2012, que “a educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa” (Bento XVI, 2012, Número 2). Por outras palavras, educar é um acto de liberdade partilhada, de responsabilidade e de testemunho.
Por isso, no contexto atual, à educação já não se exige somente transmitir o conhecimento. Antes, exige-se que seja capaz de formar........
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