Os Heróis Invisíveis da Saúde
No universo da saúde, são poucos os profissionais que enfrentam desafios tão extremos quanto os Enfermeiros do Doente Crítico. Estes profissionais são a espinha dorsal do atendimento em ambientes altamente desafiadores, seja em contexto de Emergência Extra-Hospitalar, Serviços de Urgência (SU) ou Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), onde a linha entre a vida e a morte é ténue e cada segundo pode fazer a diferença.
Apesar da sua atuação ser imprescindível e essencial, muitos ainda não compreendem a verdadeira extensão do trabalho desses Enfermeiros. Eles não executam apenas procedimentos técnicos diferenciados, mas também desempenham um papel humanizado, oferecendo conforto, alívio da dor e apoio psicológico aos doentes e familiares. O Enfermeiro do Doente Crítico não é um mero executor de tarefas — ele é um profissional altamente qualificado, que precisa tomar decisões rápidas e assertivas em situações de imprevisibilidade e por vezes de insegurança.
Mesmo sendo fundamentais para o funcionamento dos serviços de saúde, estes Enfermeiros enfrentam uma série de desafios que tornam o seu dia-a-dia extremamente desgastante, que vão desde a carga horária excessiva, salários incompatíveis com a responsabilidade da função e acima de tudo por falta de reconhecimento pelos decisores políticos.
O trabalho dos Enfermeiros do Doente Crítico exige uma especialização contínua e um nível de atenção que poucos profissionais conseguem manter ao longo dos anos, sem um desgaste significativo. Lidar com o Doente Crítico requer um conhecimento aprofundado sobre fisiologia humana, farmacologia, ventilação mecânica, monitorização hemodinâmica, suporte avançado de vida e inúmeras outras áreas da saúde. Além disso, a tecnologia aplicada aos cuidados de saúde evolui rapidamente, o que exige atualizações frequentes para acompanhar novos protocolos, equipamentos, etc.
A formação destes profissionais deveria ser uma prioridade para os gestores de saúde, já que a excelência no atendimento ao Doente Crítico depende diretamente da qualificação e diferenciação das equipas de Enfermagem. No entanto, a realidade é........
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