Portugal - o país das mentiras
No nosso país as mentiras sucedem-se sucessivamente sem cessar. Algumas já são antigas e outras são novas. Reportam-se à política, à economia e ao ensino. Os eleitores têm a vaga percepção que são enganados todos os dias mas nem sempre percebem bem como e em que medida.
Pelo que toca à actividade política, a esquerda portuguesa conseguiu uma coisa notável; identificar o capitalismo com o fascismo, com raízes no período do Salazar, e o socialismo com a democracia. É completamente falso mas povoa a cabeça dos portugueses desde tenra idade porque é isto que lhes ensinam logo na escola. A esquerda, de cada vez que não ganha as eleições, continua a assustar o povo eleitor com o fantasma do insepulto de Santa Comba e do regresso do «fascismo», assim desviando as atenções das muitas responsabilidades que lhe cabem pelos falhanços actuais. Aos esses pela rua acima a esquerda fareja o «fascismo» em cada esquina. É por isso que não suporta que outras forças políticas celebrem o 25 de Abril porque acha que a vitória da democracia é dela e só dela e que, consequentemente, ela e só ela é a democracia. Diabolizar o salazarismo tem a vantagem de branquear as forças políticas anti-democráticas que contra ele lutaram. Quem ganha é o PCP e seus acólitos.
É necessário chegar a graus mais avançados de ensino para que os jovens portugueses percebam a mentira totalitária que lhes ensinaram.
Tanta mentira é indispensável à sobrevivência política dos partidos da esquerda. É que identificar a democracia com o socialismo faz crer que a intervenção do estado na economia é vantajosa para o interesse público e que a privatização é um mal. Vai daí está sempre justificado o estado-providência, mesmo que funcione mal e sem contrapartida para os impostos que pagamos e sobretudo a permanência do sector público empresarial e até a sua expansão com a consequência do aumento exponencial do número dos seus dependentes e, portanto, mais emprego público e mais dinheiro para fins ditos «sociais», cuja eficácia deixa muito a desejar como se vê com o SNS e com os transportes públicos, alimentados obviamente por mais impostos e mais despesas correntes. Em nome disto a esquerda está disposta a tudo; mente sistematicamente para obter votos. Mente como? Convence os incautos que o colectivismo na economia faz o país crescer e que aumenta assim o nível de bem-estar geral e mais, que quanto mais a economia estiver estatizada maior ele é. Daí o colossal parque imobiliário do estado, que constitui um novo regime de mão-morta a lembrar a propriedade da igreja e dos morgadios na primeira metade do século XIX. Vendê-lo? Nem pensar. O que é preciso é geri-lo e para o efeito nomeiam-se uns acólitos socialistas bem pagos para fazer umas negociatas fora das vistas do público e com a cumplicidade dos jornalistas. Esta patranha do desenvolvimento económico induzido pelo estado socialista é aceite por muita gente no nosso país. Mas é tudo mentira.
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Claro está que o nível de bem-estar é hoje muito mais alto do que há sessenta ou setenta mas nos outros países europeus verifica-se o mesmo. E a diferença entre eles e o nosso país é cada vez maior. São os termos relativos da comparação que interessam e não os absolutos. E estes dizem-nos que desde o........
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