Era bom que os leitores mais desprevenidos tivessem em consideração a diferença radical que existe entre o Marx das suas obras de juventude e o Marx das suas obras mais tardias ou seja, o jovem Marx e o da «maturidade», como também se diz. O primeiro foi o filósofo e o segundo o economista. Há de facto grande diferença entre o Marx dos Manuscritos Económico-Filosóficos e da Crítica à Filosofia do Direito de Hegel e o da Crítica da Economia Política e de O Capital.

Esta diferença não passou despercebida aos marxistas mais ortodoxos como Althusser, espécie de guardião da ortodoxia do partido comunista francês. Daí a sua conhecida defesa do «corte epistemológico» entre os dois Marx. O primeiro seria para esquecer, e o verdadeiro começava com o capítuo II de O Capital, pois que as obras anteriores e o próprio capítulo I daquela obra levantavam alguns problemas embaraçosos que a ortodoxia não podia deixar de olhar com receio.

A explicação era muito simples, muito embora pretendesse apresentar-se sob vestes complexas. Na primeira fase do seu pensamento Marx desenvolveu, e bem, o conceito de alienação do homem no processo do trabalho, que lhe roubaria a sua identidade, pois que o separava do produto do seu esforço, o transformava em mercadoria e o colocava ao serviço de um fim que não era o seu. Mas o pior é que se verificou que afinal........

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