A comunicação social não cumpre o seu papel
O problema não é de hoje. É muito antigo mas hoje nota-se mais: a comunicação social deve informar conforme lhe está constitucionalmente assinalado e, assim sendo, tem um papel determinante na formação da opinião pública, a qual, por sua vez, é, desde o século XVIII, o instrumento essencial de uma vida democrática racionalizada e esclarecida. Tudo isto é por demais conhecido.
Ora, sucede que a comunicação social portuguesa cada vez menos informa. Deforma. Há muito que se demitiu das suas funções formativas e esclarecedoras, e assume um papel doutrinário de nível, aliás, muito baixo, salvo poucas excepções, contra aquilo a que chama a «direita». A comunicação social portuguesa de hoje é um veículo ideológico da esquerda e até da extrema-esquerda, e nada mais.
Assim sendo, aparta-se cada vez mais da opinião pública dominante que não é, e cada vez menos será, de esquerda. Isola-se num reduto de jornalistas esquerdófilos, sobretudo acantonados nos canais televisivos, divulgadores de um discurso acintosamente parcial e comprometido. Não percebeu que pela primeira vez na democracia portuguesa dois terços dos eleitores não votaram na esquerda, e não sabe nem quer retirar daí as consequências devidas. A respeitabilíssima esquerda democrática ficou com menos de um quarto dos votos, e a extrema-esquerda, que os........
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