Libertas Viva
A Liberdade, na sociedade demoliberal é considerada o pilar basilar dos regimes democráticos, as ameaças ao seu reinado-absoluto são estudadas com afinco e sentidas de forma transversal, os seus mecanismos de defesa dependem de seres extraordinariamente semelhantes aos que os ameaçam, mas todos agem – em fruição dos seus benefícios ou em ataque às suas benesses – pela sua bondosa passividade.
Isto, é a manifestação física e moral de uma forma institucionalizada de Liberdade, a Liberdade Cívica, expressa em diferentes domínios representados nas leis fundamentais dos estados democráticos do ocidente, onde, com alguma petulância e insensatez política, pouco se trabalha a conceptualização concreta do que é a Liberdade, bem como, pouco se cuida da sua manutenção, não por tentações de poderio arbitrário, mas por conformismo e inércia reflexiva.
Um primeiro ponto a ser delimitado é o da interpretação da Liberdade enquanto domínio legal, suscetível a interpretações de propriedade expressa inúmeras vezes no discurso político.
A Liberdade, assume uma conceptualização contrastante e evolutiva nas obras da filosofia-moral, onde nenhuma constrói tamanha ousadia, como a que se assiste no período contemporâneo. O domínio da Liberdade é metafísico e transcende qualquer um de nós, é uma interpretação social, de valores que evoluem em conformidade com as sociedades, não havendo por isso, qualquer reclamação legítima de propriedade sobre uma conceção coletiva, nem tão pouco, um clamor legítimo ao domínio e à altivez discursiva sobre as Liberdade Cívicas – o parente legalmente protegido e moralmente esquecido da Liberdade.
As conceptualizações de Liberdade, como refiro, correspondem a interpretações sociais, dotadas de um caráter transformativo desde as primeiras considerações e reflexões registadas sobre a mesma, também elas, profundamente ditadas pelos contextos sociais e pelas predisposições morais........
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