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A Cadeira dos Leões 

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08.02.2025

As democracias, mais do que qualquer outro regime político, são diretamente moldadas pela qualidade do Homem enquanto ator político e ator intelectual; não obstante, a democracia portuguesa padece de dois problemas cruciais, iluminados pelo debate sobre os candidatos presidenciais a ocuparem a célebre Cadeira dos Leões.

O primeiro problema prende-se a uma constância na indigitação e nomeação de titulares em função de um status quo que em nada interessa à generalidade dos eleitores, e que pouco dignifica as funções ou a perceção das mesmas.

O segundo problema prende-se com a notória escassez de atores políticos e personalidades intelectualmente ativas e transversalmente reconhecidas, com peso na sociedade portuguesa.

Estes problemas, quando abordados de forma agregada, clareiam um fenómeno que é sentido por múltiplos interessados em política nacional e até por algumas personalidades politicamente ativas: a escassa renovação democrática, numa ótica geracional, que agudizará ainda mais os debates futuros sobre as Presidenciais.

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Destes processos, ainda que de forma subtil, nasceu o atual panorama de debate público-mediático, precoce e pouco proveitoso, sobre os candidatos já conhecidos e os protocandidatos às eleições de 2026, onde se denota a evidente escassez de grandes nomes, de atores políticos e intelectuais com profundo peso na sociedade portuguesa.

O Estado da Nação em matéria de candidatos presidenciais é de tal forma vazio de figuras proeminentes, que as sondagens emergem em resultados que favorecem o Almirante Gouveia e Melo, a uma pretensão à Cadeira dos Leões.

De forma não-jocosa, a complacência da população, ou pelo menos, dos inquiridos, para com a atribuição da mais elevada função da Nação a um militar, é preocupante e suscita algumas dúvidas........

© Observador