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Primeiro a Ucrânia, só depois Gaza

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22.07.2025

O Parlamento português rejeitou recentemente, mais uma vez, uma proposta para reconhecer unilateralmente o Estado da Palestina. A decisão suscitou críticas previsíveis, com acusações de insensibilidade ou de submissão ao status quo internacional. Mas, por detrás da espuma da indignação, vale a pena colocar uma questão mais fundamental: o que deve orientar a política externa portuguesa: a moralidade abstrata ou a eficácia estratégica?

O sofrimento do povo palestiniano é real e profundamente comovente. Decorreram mais de sete décadas desde a primeira grande vaga de deslocamentos forçados, e a situação em Gaza, agravada pelas ações do Hamas e pelas respostas desproporcionais de Israel, tornou-se insustentável. Reconhecer esse sofrimento é um dever humano. Mas transformar esse reconhecimento em atos diplomáticos simbólicos, sem que daí advenha qualquer consequência prática para melhorar a vida dos palestinianos, é uma forma vazia de consolo político.

Portugal, enquanto Estado com influência limitada no tabuleiro global, tem de fazer escolhas. E essas escolhas passam por identificar onde pode efetivamente ter impacto. Hoje, essa prioridade é a Ucrânia.

A guerra na Ucrânia não é apenas um........

© Observador