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Canadá e Europa na busca ao Dragão Chinês

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20.02.2025

Arrastado para uma guerra comercial que ameaça tanto a sua economia quanto a sua soberania, o Canadá dispõe apenas de alguns dias para redirecionar as suas exportações para além das fronteiras americanas. Na Europa, a situação não é menos precária: sob ameaça de sanções económicas vindas de Washington, e já fragilizada pela sua estagnação económica e tecnológica, a União Europeia procura ansiosamente por um contrapeso. Assim, ambas as economias voltam-se para a China, na esperança de encontrar no seu vasto mercado um refúgio para os seus bens e serviços.

Dispondo da oportunidade de forçar a balança na sua direção, qual dos dois blocos será mais aliciante para Xi Jinping? E, para o Canadá e a Europa, o que está realmente em jogo?

Historicamente, as relações entre o Canadá e a China foram relativamente favoráveis. No entanto, nos últimos anos, tensões diplomáticas abalaram essa dinâmica. Em 2018, a detenção prolongada de dois cidadãos canadianos na China, foi retribuída pela detenção da CFO da Huawei em solo canadiano – um episódio que culminou na proibição dos equipamentos da marca no país. Além disso, embora um recente relatório oficial não o confirmar, há fortes indícios de que Pequim interferiu nas eleições federais de 2019 e 2021.

Paralelamente, e apesar de o governo canadiano ter bloqueado investimentos chineses em setores estratégicos, o país continua dependente da China na sua infraestrutura digital, com a maioria dos equipamentos de Wi-Fi domésticos fabricados no país. Essa dependência expõe o Canadá a potenciais ciberataques em larga escala, caso Ottawa adote uma posição que desagrade Pequim – por exemplo, no que toca a........

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