Turismo de Saúde: o bom, o mau e a arma
Uma pesquisa rápida sobre o termo “Turismo de Saúde” destaca manchetes como: “Profissionais de saúde querem travar turismo massificado de doentes no SNS”, “Turismo de saúde lesa Estado em centenas de milhões de euros” ou ainda “Ministra admite que há doentes estrangeiros a usar indevidamente o SNS”. Infelizmente, não só o termo “Turismo de Saúde” é uma generalização insuficiente para abordar todas as particularidade situacionais, como é propositadamente instrumentalizado para alimentar retóricas políticas que incitam revolta e discriminação contra minorias. Como em todos os temas, conhecer as diferentes situações no terreno é fundamental para uma abordagem baseada em evidência e que produza resultados.
Embora não haja uma definição única de “Turismo em Saúde”, este conceito remete para uma deslocação para outros países no sentido de procurar tratamentos médicos, procedimentos ou experiências de bem-estar. As motivações são várias e podem incluir fatores como a procura por cuidados de saúde mais baratos, o acesso a tratamentos não disponíveis no país de origem, a procura por acesso mais rápido a cuidados de saúde ou ainda a oportunidade de os associar a viagens de lazer.
Para facilitar a discussão, apesar de ainda assim redutor, podemos explorar 4 cenários:
Grupo 1: Classe média e alta estrangeira que viaja para Portugal para obter cuidados de saúde de qualidade e que se dirige a Hospitais Privados;
Grupo 2: Classe média e alta estrangeira que viaja para Portugal para obter cuidados de saúde mais baratos que no seu país de origem;
Grupo 3: Emigrantes portugueses no estrangeiro, com variáveis contribuições em Portugal e que procuram cuidados de saúde mais baratos que no seu país de........
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