Há uma vaga? Candidato-me porque sim
Já sabemos que estamos na fase do clique. Ou será na época do clique? Não sei. É também, em consequência, a época do “vi, nem sei se li e gostei, carreguei, mandei”. O mesmo reflexo usado para um like num vídeo ou num post está a ser aplicado, sem grandes filtros, à procura de trabalho. Vê-se um anúncio de recrutamento no LinkedIn, ou noutra rede qualquer, e dois minutos depois já há 40 candidaturas. Em menos de duas horas, o número ultrapassa as 100. E pergunta-se: alguém leu mesmo o que se pedia? Ponderou-se? Percebeu-se quem era a empresa recrutadora? Foi-se ler? Nada. Em tão pouco tempo não há hipótese para tal. Manda-se e logo se vê! Carrega-se e pronto, está-se no processo.
As empresas olham para as candidaturas e percebem, claramente, que a maioria não tem nada a ver com o perfil solicitado. Não é uma pequena diferença – é um desvio abissal. Pessoas sem qualquer relação com a função, sem formação adequada, sem experiência relevante, sem os requisitos solicitados. Mas com........
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