O Pastorzinho de Esopo e o Fascismo da Esquerda
A fábula de Esopo “O Pastorzinho e o Lobo” conta-nos a história de um jovem pastor que, por diversão, grita sucessivamente “Lobo!” para alarmar os aldeões. Depois de repetidas falsas chamadas de atenção, quando o perigo se torna real, ninguém o leva a sério. O lobo ataca, e a tragédia consuma-se. Esta narrativa milenar tem hoje uma ressonância particular no discurso político, especialmente no modo como certos sectores da esquerda usam, de forma recorrente e leviana, o rótulo de “fascista” para atacar qualquer pensamento divergente do seu. Como o pastorzinho, ao banalizar o alarme, correm o risco de torná-lo irrelevante quando ele for, de fato, necessário.
Desde o 25 de Abril de 1974, Portugal é uma democracia consolidada, onde diferentes visões do mundo coexistem em liberdade. No entanto, ao longo dos anos, alguns partidos à esquerda do espectro político têm feito do termo “fascista” uma arma retórica, muitas vezes aplicada sem critério. Um dos exemplos mais evidentes ocorreu nos anos 1980, quando o PCP acusou o PSD de promover........
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