A jangada onde o wokismo se mistura com jihadismo
Greta Thunberg foi a Israel. As televisões do costume comoveram-se. Porque é sempre comovente, ver adultos a comportarem-se como crianças enquanto gritam palavras mágicas que aprenderam num workshop de empatia interseccional. Desta vez, o teatro foi náutico: uma “flotilha humanitária”, nome generoso para uma jangada de lunáticos, com meia dúzia de militantes de sofá, uma tonelada de ignorância, e meia dúzia de selfies da má consciência ocidental. Nada de medicamentos, nada de comida, apenas antissemitismo reciclado, panfletos woke e a beatitude irritadiça de Greta Thunberg.
A adolescente perpétua passou de salvadora do clima a salvadora do Hamas. A Joana d’Arc do catastrofismo climático descobriu que o keffiyeh, o símbolo dos terroristas do Hamas, é fashion e dá likes. E ei-la a viajar para o palco sangrento do Médio Oriente, onde, com o mesmo fervor e ignorância com que pensa combater o CO₂, combate agora os judeus, perdão, o “sionismo”, já que a diferença é meramente semântica, como explicou Martin Luther King.
E, porque um espectáculo desses não pode ser só sueco, a Pipi das Meias Altas e das Ideias Curtas, trouxe também com ela o sabor do antissemitismo irlandês. A bordo ia Stephen Rea, actor irlandês, ex-marido de uma bombista do IRA e militante da nova Teologia da Causa Palestinianista, onde os judeus são sempre os culpados, mesmo quando mortos.
Entre um suspiro (de crocodilo) de pesar pela Palestina e uma selfie em alto-mar, Rea encarna o novo missionário europeu: indignado, extremista, letrado… e perigosamente ignorante. Um homem que confunde Jerusalém com Belfast e acha que o Hamas é uma espécie de Sinn........
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