A Eurovisão, as bolhas e o delírio antissemita
Pedro Sanchez, o primeiro-ministro espanhol é um daqueles espécimes políticos que confirmam que a democracia, sem travões e sem vergonha, pode produzir aberrações de catálogo. O homem é socialista, daquele socialismo de geometria variável, feito de palavreado floribélico e de um verniz que tende a estalar logo que o socialista em questão é posto em causa nas suas ânsias ardentes de servir. Em abstracto o povo abstracto, em concreto ele mesmo.
Sanchez não é familiar do Presidente da Câmara de Gaia, mas é também doutorado em arrogância, prepotência e desfaçatez.
E já se sabe, quando o verniz estala, emerge aquela mistura tóxica de pesporrência à venezuelana, supostas boas intenções, sectarismo e falta de senso comum. É nessas ocasiões que florescem Zapateros e Maduros com gravata da Massimo Dutti.
Sanchez é todo um cartaz. Agarrado ao poder com a tenacidade de uma lapa desesperada, fez coligações com tudo o que havia de pior no baú de tesourinhos deprimentes, desde separatistas catalães com vassouras de piaçaba na cabeça, a herdeiros da ETA, passando por tresloucados extremistas de esquerda e necromantes do franquismo. Tudo para não largar o cadeirão. Chegou ao ponto de exumar os ossos de Franco para reacender ódios e reescrever a História. Dividir para reinar, mesmo que isso implique o risco de voltar a 1936 e à Guerra Civil.
O seu governo tem-se dedicado à arte da captura institucional como quem joga Monopólio: ocupou a TVE, domesticou o Ministério Público, meteu uma coleira ao Tribunal Constitucional e até o CIS, a empresa estatal de sondagens, passou a funcionar como oráculo do partido único. Em Espanha, o Estado de Direito transformou-se em Estado que faz o jeito a Pedro Sanchez.
E como qualquer líder típico do socialismo real, Sanchez instalou os seus familiares........
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