Trump: Uma explicação parcimoniosa
Nos últimos meses, nos círculos liberais e intelectuais, a discussão sobre a potencial vitória de Trump tem vindo a aumentar de tom com uma crescente nota de incredulidade. Desde que Trump desceu as escadas rolantes em 2015 para apresentar a sua candidatura à presidência que toda a sua carreira política se tem revestido de implausibilidade. No início, ninguém acreditava que um empresário que havia ganho notoriedade a construir prédios enquanto fazia anúncios a bifes, à Pizza Hut, ou participava no Sozinho em Casa pudesse ser levado a sério. Depois de uma vitória inesperada em 2016, especialmente depois da cassete do Access Hollywood, que teria sido fatal para qualquer outro candidato, a sua presidência errática e histriónica, que terminou de maneira trágica nos acontecimentos de 6 de Janeiro, parecia indiciar que Trump estava terminado politicamente.
A duas semanas das eleições, Trump está não só politicamente vivo, mas num combate feroz para a vitória que, olhando para os últimos dados, será menos surpreendente do que 2016. Nos círculos liberais reina a incredulidade. Estarão os eleitores a ser enganados? Como é possível alguém ainda apoiar “aquilo”? Chegados a este ponto, é preciso assumir definitivamente que Trump não engana ninguém.........
© Observador
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