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A campanha sem história numa eleição com história

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06.03.2024

Escrever um artigo de opinião na última semana da campanha eleitoral das eleições legislativas mais imprevisíveis das últimas décadas é um exercício arriscado. Numa campanha genericamente fraca e na qual se discutiu pouca política, o melhor que tenho a oferecer neste momento são algumas notas soltas sobre cada partido. A partir de Domingo, virar-se-á uma nova página na história política da democracia Portuguesa. Nesse momento, começaremos a avaliar em detalhe os estragos da direita radical em Portugal e, acima de tudo, como a ausência de institutional forbearance – a moderação na utilização de poderes que, sendo legais, poderão causar estragos políticos a longo prazo — de António Costa em 2015, por efeitos puramente estratégicos e de sobrevivência, nos sairá muito cara.

1 PS. O PS está a fazer uma campanha boa. Tem várias coisas a seu favor. Por um lado, para uma grande parte da população Portuguesa, especialmente os mais pobres e os reformados, os últimos anos foram bons. O Salário Mínimo Nacional subiu como nunca e as notícias no controlo da dúvida pública são excelentes. A mudança na cultura política que a troika e o governo de Passos Coelho realizaram na última década alteraram completamente as regras (informais) do jogo. Para além disso, o PS tem uma máquina política muito profissional, alimentada de muitas vitórias ao longo das últimas décadas. O partido beneficia ainda, sem dúvida, de ter um alinhamento e uma coesão interna que mantém todos os candidatos e dirigentes no mesmo guião. Diferentemente do PSD, Pedro Nuno Santos não tem de fazer contenção de danos quase diariamente. Por outro lado, parece-me indiscutível que o PS beneficia (ainda) de uma armada de comentadores nas televisões que puxam pelo partido e pela sua vitória, apesar do equilíbrio de poderes estar a mudar lentamente. Com a possível vitória do PSD, há já quem esteja em cima do muro. Apesar de tudo, todos temos de pagar as........

© Observador


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