Amar os pobres é desejar-lhes prosperidade
A primeira grande proclamação do Papa Leão XIV é a Dilexi Te (“Amei-te”), uma exortação apostólica dirigida “a todos os Cristãos” sobre o cuidado dos pobres. O Papa Francisco preparava este texto quando faleceu. Leão concluiu o projeto e declarou estar “feliz por torná-lo meu acrescentando algumas reflexões pessoais.”
As exortações não costumam introduzir desenvolvimentos doutrinários nem analisar a complexidade das questões com o rigor de uma encíclica. Como o próprio nome indica, o objetivo de uma exortação é convidar os fiéis à ação.
Mas o que é que a Dilexi Te exorta concretamente os cristãos a fazer?
A Dilexi Te convida-os a demonstrar uma preocupação especial pelos pobres e vulneráveis, e a medir o valor de uma sociedade pela forma como os trata. O documento é bem-sucedido enquanto exercício espiritual, sobretudo pelo seu enfoque Cristológico na esmola.
O que todo o leitor crente deve compreender, contudo, é que saber como exactamente cuidar dos pobres exige conhecer os dados sobre as causas complexas da pobreza e aplicar a virtude da prudência nas soluções que se tentam adoptar.
Segundo Leão XIV, a Bíblia e os pais da Igreja, tanto do Oriente como do Ocidente, “afirmam que as oferendas, quando nascem do amor, não apenas aliviam as necessidades do irmão ou da irmã, mas também purificam o coração de quem dá.”
A vida e o ensino de Jesus, diz o Papa, mostram que “ninguém pode amar Deus sem estender o seu amor aos pobres.” O pontífice recorda que Jesus iniciou o seu ministério público numa sinagoga, declarando ter sido “ungido para anunciar a boa-nova aos pobres.”
Leão XIV sublinha como, desde os primeiros séculos da Igreja, os mosteiros, ordens religiosas e pessoas individuais levaram “a boa-nova aos pobres.” A lista é extensa: inclui Ambrósio, Agostinho, Policarpo, Justino Mártir, Cipriano, Bento, João Crisóstomo e Basílio. Aparecem também santos medievais como Domingos e Francisco, e figuras menos conhecidas como Camilo de Lellis e Vicente de Paulo.
A lista de personagens do Papa serve para demonstrar de forma irrefutável que cuidar dos pobres não é um acrescento opcional à fé Cristã. Pelo contrário, a vida Cristã e a salvação implicam ver “o próprio sofrimento de Cristo” nos “rostos humanos dos pobres.”
Dessa lista extraem-se ainda duas conclusões implícitas.
A primeira é que, embora esses exemplos de amor heroico sejam profundamente inspiradores, como Leão pretende, mostram também que a ação individual importa muito. O mesmo se aplica à caridade pessoal. O amor não é uma técnica, e não existe solução técnica para a pobreza.
A segunda implícita conclusão que podemos retirar da história apresentada pelo Papa diz respeito ao........





















Toi Staff
Gideon Levy
Tarik Cyril Amar
Stefano Lusa
Mort Laitner
Sabine Sterk
Robert Sarner
Ellen Ginsberg Simon