A crise da habitação em Portugal não é um problema circunstancial – é uma bomba-relógio que pode implodir a nossa economia e democracia nas próximas décadas. O acentuar dos custos incomportáveis, de compra ou arrendamento, para a classe média, jovens, imigrantes e reformados representa um garrote à economia e reforça os riscos de a democracia cair em decisores populistas. Em pleno período de consulta pública do Plano Europeu para a Habitação Acessível, é fundamental que todos contribuam com soluções. Soluções que seguramente estarão mais próximas das cidades e aldeias portuguesas do que do gabinete do primeiro Comissário Europeu da Habitação.

Os diagnósticos estão feitos. Portugal – que não sofreu uma bolha imobiliária como Espanha e Itália – viu, após a crise financeira de 2008-2011, o seu setor da construção ser dizimado. Menos de 26 mil novas construções ou reabilitações de 2012 a 2021, e mesmo abaixo dos 14 mil entre 2014 e 2017. Valores........

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