Ainda não chega de linhas vermelhas?
As sondagens são claras: uma eventual vitória da AD numas eleições legislativas antecipadas não será com maioria absoluta. Com isto, mantendo-se a estratégia do “não é não”, Montenegro seria obrigado a voltar a governar em minoria, perspetivando-se uma continuidade daquilo que foram estes onze meses: uma governação frágil, sem rumo, pouco ambiciosa e não-reformista, que faz lembrar o PS na aquisição de clientelas políticas, na apropriação do mérito pelo anúncio de grandes obras públicas, no aumento da despesa pública e da carga fiscal e até na reversão de uma das reformas estruturais de Passos Coelhos – a extinção das freguesias de 2013 -, que poderá custar mais de 30 milhões de euros anuais aos contribuintes sem justificação plausível.
Esta trágica sina assume contornos surreais ao compararmos os programas eleitorais recentes dos partidos que compõem a maior maioria parlamentar de direita da nossa história (PSD, Chega e IL). Examinando as suas propostas fiscais, percebe-se que os três defendem a simplificação do sistema fiscal e uma redução de impostos que permita às famílias e empresas terem mais rendimentos para investir e pagar melhores salários. Examinando as suas propostas para a habitação, percebe-se que pretendem a redução de........
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